quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Esperança

Minha esperança está no leito de morte,
Suplicando para viver,
Para ter outra chance de vida,
Para acreditar que vale a pena,
E vale?
 Será que como um dia escreveu Fernando pessoa,
 Tudo vale a pena se a alma não é pequena?”
Chega uma hora que nos perguntamos se valeu a pena,
 Ou se temos a alma grande para valer a pena,
Outras vezes nos perguntamos se valemos a pena
 Ou se valeremos a pena,
Se a vida vale a pena,
O amor,
 O sentimento,
A desilusão,
A luta...
Se a esperança renasce...
E se ter a alma grande
É saber que
No sofrimento crescemos,
Que na desilusão podemos nos amar mais,
 No desespero acharmos saídas,
 Na dor encontrarmos a solidão
 E dela a libertação,
 E que nesses valeres a pena,
 Vem a paz,
O encontro,
A alma grande,
Ressuscitando a esperança.


Um comentário:

  1. Não há libertação
    na dor solitária.

    O que nos faz canção
    fazer valer a diária
    não é a esperança
    de sol e lua em junção
    mas a certeza de que o nada
    inexiste na temperança

    e perceber que a escuridão
    se dissolve nos dias
    todos os dias
    e que a pena
    e a mão que afia
    e a mágoa que fica
    diminuem quando a faca
    perde o corte
    a palavra
    já não tem dote
    e os ratos, a dor,
    e toda a história falsa
    já não incomoda.

    e que trânsito na roda
    e que a roda sobre a cabeça
    e a escrita pequena
    se perderão na memória
    como algo desimportante
    ou apenas mais um olhar
    de primavera.

    ResponderExcluir