domingo, 12 de dezembro de 2010

Fim de ano

E o ano voou...
Não como asas de um anjo, mas como folhas ao vento,
Tão rápido que nem percebemos se foi bom ou ruim,
Se realizamos o que deveríamos ou como sempre sobrevivimos
Aquelas loucuras também de sempre,
Ganhar dinheiro, Fazer dinheiro, Juntar dinheiro
Comer, dormir, trabalhar...
E cadê o ano?
Acabou...
E como todo dezembro corremos como todo o ano
Com finalidade diferente,
Compensar com presentes a todos que de repente durando o ano não demos atenção, afeto, carinho,
Tentamos num só mês regatar as coisas boas que deveriam ser feitas no ano todo,
Jesus faz milagres, suscita nas pessoas à fartura, a bonança a alegria,
E mais um Natal chegou e mais uma vez a esperança que também temos todo fim de ano...
Necessária para continuarmos a jornada,
E vamos que vamos,
Lutar mais um pouco, sobreviver mais um pouco,
Mas acho que deveríamos viver mais um pouco e claro sonhar...
Um feliz Natal e prospero ano novo para todos que acreditam que o melhor presente é a vida...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Avós

Quando nascemos ninguém nos conta que vamos ter o privilegio de ter avós,
 Aqueles que nos deixam sujar, que dão abraços apertados, mordidas e broncas amenas,
 Aqueles que nos alimenta,
Aqueles que contam histórias tão mirabolantes que passamos adiante sem saber que não são verdades,
Aqueles que dão amor, que se preocupam conosco em dobro,
 Aqueles que nos enxergam, mesmo com os olhos cansados, mas estão lá,
Aqueles que nos preparam frutas do pé, leite quente e bolos com sabor de infância,
Aqueles que nos curam com mel, palavras e doçura,
Aqueles que de uma hora pra outra resolvem partir ou nos deixam preocupados com eles, nos deixando com o coração partido, mas com a outra metade com todo amor que eles nos ensinaram.
Hoje em dia eu sei o que é ter o privilégio de ter avós de verdade...
Para todos aqueles que os tem aproveitem...



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Esperança

Minha esperança está no leito de morte,
Suplicando para viver,
Para ter outra chance de vida,
Para acreditar que vale a pena,
E vale?
 Será que como um dia escreveu Fernando pessoa,
 Tudo vale a pena se a alma não é pequena?”
Chega uma hora que nos perguntamos se valeu a pena,
 Ou se temos a alma grande para valer a pena,
Outras vezes nos perguntamos se valemos a pena
 Ou se valeremos a pena,
Se a vida vale a pena,
O amor,
 O sentimento,
A desilusão,
A luta...
Se a esperança renasce...
E se ter a alma grande
É saber que
No sofrimento crescemos,
Que na desilusão podemos nos amar mais,
 No desespero acharmos saídas,
 Na dor encontrarmos a solidão
 E dela a libertação,
 E que nesses valeres a pena,
 Vem a paz,
O encontro,
A alma grande,
Ressuscitando a esperança.


sábado, 18 de setembro de 2010

Corpo x Espírito

Um frasco de perfume
É como o corpo,
Carregado de aparência,
De matéria,
De superficialidade,
Mas o perfume
É que é a essência...
Eterno,
Olor infinito,
Fragrância que marca,
Que fica,
Como o espírito,
Para  todo o sempre...


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Passagem

O trem e a paisagem,


Viagem apenas viagem,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



Da infância vivida,

A lembrança da família,

Do leite bebido,

E do corpo crescido.

Infância apenas infância,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



Do amor, o pranto, o gozo,

As noites não dormidas

E os beijos vividos,

Amor apenas amor,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



Do romance a rotina,

Da casa ao trabalho,

As contas e televisão,

Trabalho apenas trabalho,

Nos olhos de alguém,

Que busca o além.



Do trabalho ao tédio,

Dias intermináveis,

Cochilo, leitura cochilo,

Velhice apenas velhice,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



O trem e a paisagem

Viagem apenas viagem

Na passagem eterna

De um quase trem...

O Encontro

Na noite Silenciosa,


A voz do desejo

Sussurrando um toque da noite indiferente,

Apenas um olhar com brilho,

Com malicia, apenas um olhar...

Apenas sua beleza,

Com as estrelas,

Com a lua,

Apenas...

Apenas a noite,

Mesmo que silenciosa,

Indiferente,

Para o desejo continuar

Vivendo,

Desejando-a,

Sonhando tocá-la,

Amá-la,

Venerá-la...

sábado, 11 de setembro de 2010

Infancia

Após ter lido um e-mail sobre o que fazíamos, comíamos e brincávamos na década de 80, senti uma daquelas saudades imensuráveis. Uma vontade louca de viver o que não vivo mais, ou talvez de alguma forma tentar resgatar o que se tinha naquela época; amarelinha na rua, desenhar a sombra com tijolo, bets, bolinha de gude, bafo, queimada com machucado, pique esconde com muito susto, arte nas construções, subida em árvores, férias com família, muito sorvete, bala e leite moça em forma de pasta de dente.


O que eu mais queria nesse momento era reviver um pouco disso, não sei se é porque a idade balzaquiana chegou se é vontade de ter um filho para compartilhar com ele o que vivi e o que posso ensinar, ou se é simplesmente saudade, que dá de repente, em plena semana, com realidade da cabeça aos pés.

Ser poética às vezes dói, porque olho ao lado e não enxergo nos olhos das pessoas essa pureza talvez que eu possa estar tentando buscar, enfim buscando algo ou não, desejo a todos uma ótima semana com uma pitada de infância e com sabor de inocência.