quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Esperança

Minha esperança está no leito de morte,
Suplicando para viver,
Para ter outra chance de vida,
Para acreditar que vale a pena,
E vale?
 Será que como um dia escreveu Fernando pessoa,
 Tudo vale a pena se a alma não é pequena?”
Chega uma hora que nos perguntamos se valeu a pena,
 Ou se temos a alma grande para valer a pena,
Outras vezes nos perguntamos se valemos a pena
 Ou se valeremos a pena,
Se a vida vale a pena,
O amor,
 O sentimento,
A desilusão,
A luta...
Se a esperança renasce...
E se ter a alma grande
É saber que
No sofrimento crescemos,
Que na desilusão podemos nos amar mais,
 No desespero acharmos saídas,
 Na dor encontrarmos a solidão
 E dela a libertação,
 E que nesses valeres a pena,
 Vem a paz,
O encontro,
A alma grande,
Ressuscitando a esperança.


sábado, 18 de setembro de 2010

Corpo x Espírito

Um frasco de perfume
É como o corpo,
Carregado de aparência,
De matéria,
De superficialidade,
Mas o perfume
É que é a essência...
Eterno,
Olor infinito,
Fragrância que marca,
Que fica,
Como o espírito,
Para  todo o sempre...


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Passagem

O trem e a paisagem,


Viagem apenas viagem,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



Da infância vivida,

A lembrança da família,

Do leite bebido,

E do corpo crescido.

Infância apenas infância,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



Do amor, o pranto, o gozo,

As noites não dormidas

E os beijos vividos,

Amor apenas amor,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



Do romance a rotina,

Da casa ao trabalho,

As contas e televisão,

Trabalho apenas trabalho,

Nos olhos de alguém,

Que busca o além.



Do trabalho ao tédio,

Dias intermináveis,

Cochilo, leitura cochilo,

Velhice apenas velhice,

Nos olhos de alguém

Que busca o além.



O trem e a paisagem

Viagem apenas viagem

Na passagem eterna

De um quase trem...

O Encontro

Na noite Silenciosa,


A voz do desejo

Sussurrando um toque da noite indiferente,

Apenas um olhar com brilho,

Com malicia, apenas um olhar...

Apenas sua beleza,

Com as estrelas,

Com a lua,

Apenas...

Apenas a noite,

Mesmo que silenciosa,

Indiferente,

Para o desejo continuar

Vivendo,

Desejando-a,

Sonhando tocá-la,

Amá-la,

Venerá-la...

sábado, 11 de setembro de 2010

Infancia

Após ter lido um e-mail sobre o que fazíamos, comíamos e brincávamos na década de 80, senti uma daquelas saudades imensuráveis. Uma vontade louca de viver o que não vivo mais, ou talvez de alguma forma tentar resgatar o que se tinha naquela época; amarelinha na rua, desenhar a sombra com tijolo, bets, bolinha de gude, bafo, queimada com machucado, pique esconde com muito susto, arte nas construções, subida em árvores, férias com família, muito sorvete, bala e leite moça em forma de pasta de dente.


O que eu mais queria nesse momento era reviver um pouco disso, não sei se é porque a idade balzaquiana chegou se é vontade de ter um filho para compartilhar com ele o que vivi e o que posso ensinar, ou se é simplesmente saudade, que dá de repente, em plena semana, com realidade da cabeça aos pés.

Ser poética às vezes dói, porque olho ao lado e não enxergo nos olhos das pessoas essa pureza talvez que eu possa estar tentando buscar, enfim buscando algo ou não, desejo a todos uma ótima semana com uma pitada de infância e com sabor de inocência.

Saudade

A saudade sempre está ao lado,


Dá-nos a mão ou nos abandona,

Machuca e alimenta,

Ela é a esperança do encontro

Ou a lembrança duradoura,

Ela é encantadora

Ou pode simplesmente destroçar...

Ela vem disfarçada de princesa

Mas pode ser a bruxa malvada,

Às vezes não tem máscara,

Está com a cara lavada,

Mas sempre está ao lado...

Vida

O que é a vida senão uma rosa vermelha,


Com seus grandes espinhos,

Porém com um perfume inebriante e

Uma beleza contagiante,

Quase imortal...

Pétalas de esperança

Que murcham com desilusões

E renascem quando regadas

De amor, sonhos e conquistas

Um dia a rosa murcha de vez

E não há mais vida,

Nem perfume, nem beleza

Tem-se outras rosas, laranjas, amarelas, rosadas e coloridas,

Sempre fazendo da rosa uma flor

E fazendo da vida uma dádiva

Meu primeiro poema

Meu primeiro poema é a minha voz
que canta o meu mundo
e toca a tez
e tira o grito mudo.